sexta-feira, 25 de maio de 2012

Amor próprio

Um maltrapilho dos arredores de Madrid pedia esmolas com grande dignidade. Um transeunte lhe disse : "Não tem vergonha de exercer essa infame atividade quando pode trabalhar ?" - "Senhor, respondeu o mendigo, peço-lhe esmola e não conselhos"; e tendo dito isto, deu-lhe as costas, com toda a empáfia castelhana. Era um mendigo orgulhoso esse; pouca coisa bastava para ferir-lhe a vaidade. Por amor de si mesmo pedia esmola; e ainda por amor de si mesmo não permitia que lhe fizesse qualquer reprimenda. (Voltaire)

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